É de noite a noite para a noite.
Apanha-me desprevenido apenas levemente humano.
Dissolvem-se em gotas de água e sal
Restos da minha humanidade
Neste prato numa mesa que ninguém levanta
Fumando um último cigarro
À espera.
Nesta luta imemorial entre a noite que é noite
E a noite que é dia
Os meus cabelos deixam traços e abraços
Como cão danado de garganta abafada
Sufocado com a trela imberbe do cansaço.
Esvoaçam arfando os dias.
Não há rasto da estrela maior que prometi
Aquela que aquece os pés disformes das noites que começam.
Apenas ressona a lua nauseada num bocejo prateado
Zumbido que não deixa adormecer.
Quimera.
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