As ruas estão desertas e as folhas esvoaçam pelo alcatrão em
liberdade.
Nos passeios ecoam sons difusos, lembrando passos apressados
que perderam razão de existir.
Nas janelas sem vidros murmuram cortinas esfarrapadas de dor
sem olhos que espreitem.
O sol não aquece nenhum vento antes da lua que repousa pendurada
nas árvores.
Não sinto o chão e os pulmões secaram com o fumo de dedos
queimados de esgravatar sonhos.
Tudo se apaga lentamente e não sobra viv'alma que aprecie o
meu partir.
Cumpro o destino e navego num mar largo e estranhamente chão
sem horizontes que se toquem.
É este o meu mundo existindo onde nada mais existe.
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