Gostava de ter uma história para contar.
E foi assim que os meus dedos,
ensandecidos,
percorreram lentamente a penugem da tua pele.
Circundaram a rotunda auréola,
ameia desse castelo conquistado
onde os meus lábios permaneceram
até avistar o pôr do sol
ofegante.
Nos teus olhos semicerrados faiscavam
pedaços de estrelas
nos trejeitos da tua boca
o murmúrio distante da selva
ecoava.
Depois,
depois, apenas um compasso
desenhando a espera.
Num último fôlego
caio em prece
no altar herege do teu corpo,
igreja espástica.
Seja lá qual for o teu destino,
leva-me contigo.
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