DE TI E DAS ESTRELAS
2010
Tens a ilusão da manhã que acaba.
Do sol que transpõe essa fronteira desenhada apenas nos teus olhos.
Não passa de ilusão.
Do outro lado o campo é vasto e verde e falamos numa língua de segredos.
Deixa-me mostrar-te.
Ergo as minhas mãos como passaporte e toco as nuvens que vigiam o tempo que nos falta.
Ris-te, num trejeito que sei de cor, táctil, nervoso e eu rio-me para ti sem jeito.
Nunca pensaste nos dias como dimensão que visitamos.
E eu nunca pensei resistir ao teu riso como brisa que me alimenta.
Tranquiliza-me conhecer todos os códices que nos garantem a passagem.
Que sorte seria a minha sem a travessia dos teus lábios?
Sei a morada do teu corpo.
Sei do tumulto nos teus braços.
Sei da noite e das folhas que nos sepultam em queda ébria no inverno.
Sei dos abrigos de todas as tempestades.
Não preciso saber mais nada, nem nada mais existe que deva saber.
Adormeço embalado pelo suspiro prateado da lua mergulhando no teu cabelo.
E a terra dança cobrindo-se de estrelas.
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