quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

"O boato é a arma da reacção"


Estávamos em 1974 e pensávamos, pelo menos pensei eu, que passada a fase instável da criação dos alicerces da democracia, o advento da alfabetização generalizada, o acesso à educação, a recuperação do atraso cultural de Portugal, iriam diminuir, ou acabar, com a força e a influência do "boato".
Erro meu. Ingenuidade indesculpável. A democratização do país e do ensino, trouxe e acelerou uma mediania intelectual que reforçou e cimentou a força do "boato".
É sintomático que um jornal que não devia existir numa sociedade civilizada, educada e esclarecida, seja o principal órgão de comunicação, que não de informação. Que viva à custa da especulação e do boato. Que viva à custa da miséria, da dor e da honra das pessoas.
Sempre defendi a liberdade de informação. Mas a existência de um Correio da Manhã faz-me pensar. A manipulação da informação, o boato, a mentira descarada, são os parâmetros éticos e deontológicos porque se rege o CM.
E o pior, o que me entristece mais, é que o povo gosta.

Cito aqui, porque adequado, uma frase de um blog “defender o quadrado”, em 4 de Novembro de 2006: Portugal anónimo, servil, humilde e de chapéu na mão, dá largas à frustração usando a sua mais hábil e antiga arma vingativa: a maledicência.
Subscrevo.

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