Por vezes parecemos aquilo que não somos
E somos anjos a voar como peixes
que se divertem num céu sem água
(talvez se aprendessem a cantar
te pudessem oferecer outra canção).
E somos anjos a voar como peixes
que se divertem num céu sem água
(talvez se aprendessem a cantar
te pudessem oferecer outra canção).
Somos assim como o vento
- eu sou, e apareço e desapareço como o vento -
arrasando campos e aldeias
sem a piedade fugidia dos meus dedos.
- eu sou, e apareço e desapareço como o vento -
arrasando campos e aldeias
sem a piedade fugidia dos meus dedos.
Ou como o tremor que agita a garganta
de um grito sufocado da terra
sepultando os vales onde parei
nivelando docemente as montanhas
apertadas nos teus braços.
de um grito sufocado da terra
sepultando os vales onde parei
nivelando docemente as montanhas
apertadas nos teus braços.
Ou como o fogo que brota exultante
banhando os sentidos dormentes
e ensombrando com o seu calor
aqueloutro do sol.
banhando os sentidos dormentes
e ensombrando com o seu calor
aqueloutro do sol.
E no fim descendo ao fundo dos segredos
que nunca me foram revelados
aceito resignado as cinzas de nenhuma fénix
cobrindo de pó o que resta do meu mundo.
que nunca me foram revelados
aceito resignado as cinzas de nenhuma fénix
cobrindo de pó o que resta do meu mundo.
Apareço e desapareço.
Talvez nunca pareça
ou venham a conhecer aquilo que sou.
ou venham a conhecer aquilo que sou.
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