É escusado fazer de conta que escrevo
As palavras nascem e eu não sou parteiro
Adoecem e não sou médico
Transfiguram-se e não sou mágico
Tenho um astrolábio que me indica a hora
Um relógio que me indica o rumo
Uma régua que traça curvas
Uma parede que serve de prumo
Tenho chão que me cobre a cabeça
Um tecto onde finco os pés
Uma cama onde escrevo
Uma mesa onde durmo de través
Tenho uma janela por onde entro
Uma porta por onde espreito
O que poderia ter feito
É escusado fazer de conta que escrevo
Só se me leres eu apareço
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário!