terça-feira, 29 de outubro de 2013

Love Me Until The End of Time


Quem não o desejava? Mas hoje em dia já é bom se for até ao fim do dia...

E já agora, uma banda inglesa, americana?

Não... portuguesa: Secret Lie

Para ouvir...





Empty, void and hollow...


The way I feel...



"this is the worst part - with no crying, no screaming, 
just sitting with this empty space inside of you
and being aware that there is nothing you can do..."



from fleshwounds: Lost


We can't...



Só é novidade para quem nunca esteve verdadeiramente apaixonado, para quem nunca verdadeiramente amou.

É impossível recuperar de um ideal perdido. Impossível recuperar da confiança, da entrega, com que nos damos a alguém especial, sem dramatismo ou lamechice, alguém que foi único.

Continuamos a viver, mas a mágoa, a desilusão e o saber que nunca mais vamos sentir o mesmo é algo que nos deixará coxos para o resto da nossa vida.

Experimentar o verdadeiro amor é uma coisa única. Perdê-lo também.

Acontece...




Negação





Há muitos mundos, muitas vidas, muitos vazios e muitas mortes.

A cada dia que passa, cruzam-se invólucros que respiram, ávidos do que pensam ter-lhes sido negado, o olhar perscrutando o sentir, cobertos das folhas quase secas de um outono perene.

E saem e dançam, danças macabras obsoletas, e bebem um copo com amigos, erguendo a taça do desespero mascarado da alegria externa e falsa de pensarem ser esse o seu destino que os fará felizes.

Hoje as pessoas têm medo. Medo de viver, de se entregarem, de se revelarem, vivendo nas e das suas patológicas mentiras.

A intimidade das almas foi substituída pela ideia da falsa intimidade dos corpos.

Há muitos vazios e muitas mortes.

Vamos negando a nós próprios a felicidade.



Not broken... mas desfeitos...




É assim que nos sentimos...


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Estado permanente...





"O poema que eu sonho não tem falhas senão quando tento realizá-lo."


Bernardo Soares
Livro do desassossego  
(Fernando Pessoa)



Para mim ficará por escrever o sonho que me roubaram. O sonho sem falhas realizado. Muito além do poema que poderia nascer.

E invade-me esta vontade quase irresistível, amarga e desiludida, de não voltar a sonhar.
Apenas preservar-te e à lembrança, daqui a uma galáxia distante, na concha das minhas mãos, abandonada.






QUASE - Mário Sá-Carneiro - quase...




QUASE

Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…


... ...


Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim – quase a expansão…
Mas na minh’alma tudo se derrama…
Entanto nada foi só ilusão!


... ...

De tudo houve um começo … e tudo errou…
— Ai a dor de ser — quase, dor sem fim…
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou…
Momentos de alma que,desbaratei…
Templos aonde nunca pus um altar…
Rios que perdi sem os levar ao mar…
Ânsias que foram mas que não fixei…
... ...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí…
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi…
Um pouco mais de sol — e fora brasa,
Um pouco mais de azul — e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…
Mário Sá-Carneiro

domingo, 27 de outubro de 2013

Yeap!... (Mário Sá-Carneiro)


Hoje lembrei-me de Mário Sá-Carneiro...

Tem dias...




Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
     Pilar da ponte de tédio
     Que vai de mim para o Outro.
                    


(Lisboa, Fevereiro de 1914)






In our sleep... where we meet...



De seu nome Lewis Allan Reed, Lou Reed deixou-nos.

In our sleep... where we meet...

Ou melhor where we shall meet again...

(aqui fica o link para o Youtube por restrições de visionamento em alguns países)


(Lou Reeed & Laurie Anderson)


Homenagem: Godspeed Lou Reed...


Lou Reed faleceu aos 71 anos. Aqui fica a minha homenagem com uma das suas mais bonitas músicas...

Godspeed...






Uma noite para poetas...


Jardim do Palácio dos Arcos

Paço d'Arcos

Hotel dos Poetas




Quem não gostaria de passar aqui uma noite?





Everybody knows this is nowhere... Cinnamon Girl


Nem todos sabem... Not everybody...



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Preconceitos...



Estamos cheios deles... Respiramos preconceitos, abusamos.
Não nos faz mais felizes e, pelo contrário, gera infelicidade para os que escolhem diferente...



Um dia...

Um dia interrompo o andar.
Deixo a meio esta viagem.
Talvez me sente numa pedra na beira do caminho e fique por aí.
Ocasionalmente reparando na forma das nuvens, tentando descobrir onde te escondes.
Vendo germinar nas minhas mãos, com as primeiras chuvas, as sementes que pensei secas e inférteis, esquecidas em tempos de abundância.
Falta-me a música para acompanhar o ritmo da minha imobilidade escolhida.
Pensando bem, falta-me tanta coisa...
Umas mais importantes que outras. 
Estabeleço mentalmente uma escala de hierarquia da necessidade e importância das coisas que deixarei para trás.
A lista é curta. 
Mas de tudo o que me faltará e consta da lista, salvaguardando prováveis esquecimentos, o que me fará mais falta é o canto do teu olhar.
Não sei porque é que as coisas têm de ser assim. Mas são.
E nem uma retrospectiva, estilo prognose póstuma de Frank, me dará a resposta que preciso.
Talvez precise de um acto de fé.
É, hoje sinto-me assim...

Recuerdos...

Recordação de uma viagem... 


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Hoje ouvi...

De repente os anos 90 tornaram-se dia na noite...

Ouvi John Secada... quem se lembra?





terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Cola do farol oeste...


Recordação perdida...

Breizh Cola
Le Cola du Phare Ouest...


É difícil mas a vida ainda tem artes para conseguir surpreender-me (RIP The Monroes)


Em 2011 publiquei este video dos The Monroes com a sua canção mais conhecida, Cheerio.

The Monroes eram uma banda norueguesa, formada em 1982, composta por  Lage Fosheim e  Eivind Rølles.

E a vida ainda me surpreende.

De um momento para o outro a banda desaparece. Não por ter sido desfeita pelos seus integrantes mas por razões fora do seu poder ou vontade.

Rølles tinha sido diagnosticado um cancro em 2008. Manteve-se activo na cena musical, embora por trás dos palcos.

Faleceu este ano, em 18 de Março, com 54 anos, após uma longa batalha contra a doença.

Soube agora que Lage Fosheim, de 55 anos, a quem também tinha sido diagnosticado um cancro há menos de um ano, faleceu no passado dia 19 de Outubro.

Com apenas sete meses de diferença os The Monroes desaparecem.

A música, essa, continuará.

RIP The Monroes...

No silêncio, Cheerio Bye Bye...





segunda-feira, 21 de outubro de 2013

« Pardonnez-moi, la vie m'est insupportable »


Foi com estas palavras, deixadas numa nota encontrada na casa onde vivia e se suicidou, em 3 de Maio de 1987, que Dalida se despediu do mundo.

Mulher de causas, abraçando a luta contra a sida, defensora das rádios livres ou "piratas" e do "gay-pride", Dalida foi uma mulher profundamente marcada pelo suicídio de alguns dos seus companheiros e em depressão constante.


Um desses episódios trágicos e mais importantes acontece a 27 de Janeiro de 1967. Dalida participa, com Luigi Tenco, seu companheiro, no Festival de San Remo. Ciao amore ciao era o nome da canção que acabou eliminada. Luigi não suporta a desilusão e suicida-se com um tiro na cabeça, na mesma noite em que tinham decidido anunciar o seu futuro casamento. A 16 de Fevereiro ela volta a interpretar Ciao amore ciao com a intenção de não cantar mais. Dez dias depois tenta o suicídio pela primeira vez.

Nunca recuperará, verdadeiramente, da morte daquele que é considerado o grande amor da sua vida.

Dalida, com a sua tragédia, a sua música e as causas que abraçou, transformou-se num mito. A par de Édith Piaf, Dalida foi considerada a cantora popular francesa mais marcante do século XX, segundo sondagens efectuadas em 2001.

Ciao amore ciao…







My Lady D'Arbanville

Cat Stevens ou Yusuf Islam a cantar Lady D’Arbanville em inglês já todos conhecem (ou quase todos).

Mas estou certo que é novidade ouvir Dalida (de seu nome Iolanda Christina Gigliotti, que haveria de cometer suicídio em Maio 1987 e de quem falarei noutra publicação) a cantar uma versão em francês e Gigliola Cinquetti a cantar uma versão em italiano.

Ora vejam:






Doobie Brothers - Toulouse Street


Para descontrair numa noite chuvosa...

de 1972
Listen to the music - Doobie Brothers

e
Toulouse Street - Doobie Brothers

E quando um dia perdemos a perfeição, que nos resta?


Eu não sou perfeito.
Mas encontro os momentos perfeitos quando deixas que as minhas mãos te amem sem jeito.
Encontro os momentos perfeitos, sábios, quando vejo nos teus olhos essa dança sem vergonha de quem ama, janela de tempo com sabor indecifrável que nasce num murmúrio dos teus lábios.
Quando faço da planície perfeita do teu ventre maleável o meu mais doce e deslumbrante leito.
E é perfeito.

RV - Fev/2012

domingo, 20 de outubro de 2013

Se eu falasse a língua dos homens...

Embora recheada de episódios caricatos e tenebrosos praticados pelo "povo de deus", a bíblia tem, por vezes, passagens interessantes se despojadas da sua carga divina.
Lembrei-me desta neste domingo...
Que raio! Por vezes acredito que estou muito longe de um dia poder falar ou entender a língua dos anjos, nem sei se há dicionário ou tradutor para o efeito.
Da língua dos homens nem se fala. Definitivamente não a entendo. 

"1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

1 Coríntios 13:1-2

River of sorrow - Antony & The Johnsons

Can you see the light
At the end of the dark passageway
Take me with you towards this light
Into the darkness passing over the faces in the river
Hear me!
I'm whispering in your ear!

Oh
River of sorrow
Oh, river of time
River of sorrow
Don't swallow this time

Sempre a Sandy...