2013 - 2014
Este é o último post do ano. Tinha de o fazer. Uma despedida de um ano amargo que não deixa saudades.
Mas um ano que me ensinou muito do carácter, ou falta dele, do ser humano.
Um ano de decepções, ilusões e sonhos que se tornaram pesadelos.
Ao longo da minha vida deparei-me com muita coisa. Mas coisas que, de alguma forma, esperava. Já este ano foi o inesperado, o imprevisto que tomou conta da minha vida.
É verdade que quando depositamos muita esperança o choque é maior. Quando depositamos muita confiança, o vazio é maior.
Foi um ano em que também perdi dois grandes amigos: A Gigi e o Luna. Estarão sempre presentes nas minhas recordações.
Este é um ano que, por tudo isso, marcará para sempre o resto dos meus dias.
Mas, "malgré ça", o meu coração continuará a bater pelos mesmos ideais.
Bom ano novo...
Acarinhem quem vos ama, apreciem quem vos ama. Não dura para sempre. E amanhã poderá ser tarde.
Rui
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Ilusão
Há um buraco na ilusão por onde flui a realidade
Tem a marca dos teus dedos
Impressão digital da manhã e do odor do café
Mesclado de odores persistentes
Que deixaste na minha pele
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
domingo, 22 de dezembro de 2013
A faca cravada em mim
Aqui estou, nesta crónica do fim dos meus dias em vertigem.
Ficará que persegui o impossível apenas alcançando o inevitável,
sem construir o que queria, destruindo tudo o que toquei nesta viagem.
E esperei, e perdi, alguém, ninguém.
Troco agora os passos na calçada, abraço o vento.
Sem destino, sem princípio nem fim, sem poder voltar atrás,
proscrito e ao relento.
Tudo passou por aqui, beijos, amor, momentos de cansaço.
Fotos de sonhos esbatidos pelo aço da faca cravada em mim.
Com uma ajuda dos Scorpions, Send Me An Angel...
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
A última viagem
Todos temos uma última viagem a fazer.
Uma viagem a um lugar exótico e distante dentro de nós onde
existiremos sem disfarces, sem máscaras.
Seremos apenas o que somos, aquilo que tentamos não mostrar,
esconder, dos outros e de nós próprios.
Pode acontecer que essa descoberta nos assuste.
- Esse não sou eu! Diremos, com a inocência de quem sempre
tapou o sol com a peneira da vaidade.
Uma última viagem a fazer em que deixamos para trás,
definitivamente, pessoas, lugares, recordações, como bagagem supérflua,
defeituosa, de baixa qualidade.
Provavelmente por nunca terem merecido o nosso querer, o nosso
desejo, por nunca terem merecido o valor que lhes demos em dado momento da
nossa vida.
Ficará só o essencial e verdadeiro.
Muitos nunca a chegarão a fazer por não saberem ou não quererem.
Eu sei que tenho.
Espero ter tempo.
Entretanto, Neil Young fez a sua última viagem há muitos anos... a Tulsa
(e ao som desta viagem, muitas outras "trips" fizemos...)
De mim pouco ou nada resta
O tempo é a mortalha dos meus olhos
que vigio
O tempo são pecados cerrados desesperados
que espio
Cortam-se os punhos de vingança
com a pele
Arrancam-se veias endurecidas
estradas vazias
Sem descanso ou conforto
Ecoam palavras insentidas
Amo-te-quero-te-desejo-te-gosto-te
O peito é túmulo
Intocado
Só me querias a mim
Dizias
Mas de mim
Pouco ou nada resta
O tempo é a noite
que conheço
In My Rosary - Poor Little Lovesong
Humano
Na minha vida, até hoje, não me arrependi nunca do que
fiz.
Apenas do que fiquei de fazer e não fiz ou de, quando feito,
não ter sido tudo o que poderia ter sido.
Nunca me arrependi de palavras ditas, antes de palavras que não
soube inventar e ficaram por dizer.
Até hoje.
O arrependimento teria de pairar sobre mim como
nuvem negra.
Escurecendo o meu presente enredado em teias de
mentiras, ilusões e decepções.
Mas mesmo não ficando pedra sobre pedra, tropeçando nesse
enredo, caindo e levantando, ou secando, como um rio cansado e represado, continuarei
a ser o que sempre fui, mais diabo que anjo, levando nas minhas mãos, mesmo
ténue, a promessa de eternidade que faz de mim mais humano.
Mais uma vez, e a propósito, a música... Neil Young e uma das suas maravilhas,
Running Dry...
domingo, 15 de dezembro de 2013
...
Não sei quanto tempo a tristeza encherá de lágrimas a vossa
recordação, não sei quanto tempo demorará para a serenidade das lembranças que
um dia amanhecerá nos meus olhos.
Ainda vos sinto perto de mim, ainda não consigo aceitar o
espaço onde vos deixei, contraponto irreal e frio da vida que levaram, da vossa
vida que usufruímos.
E por todas as imensas coisas que nos deram nunca
conseguiremos agradecer.
LUNA (11/08/2004 - 03/12/2013) - GIGI (06/05/2002 - 15/09/2013)
Mesmo que não existas
É para ti que escrevo.
Se ainda existires.
É a ti que amo.
É a ti que amo.
Mesmo que já não existas.
Não me interessam outras
Interpretações com sentidos de plástico e "ses".
É a ti que reinvento e leio.
Em noites como esta
Ávido de te conhecer
Decorando os textos
Que na tua pele desenhas
Para mim.
É a ti que imagino sem cessar e ouço
Com uma surdez estranha
Para todas as outras
Ruidosas melodias
Que teimam em querer esconder o teu cantar.
Fazes parte de mim.
Não me interessam outras
Interpretações com sentidos de plástico e "ses".
É a ti que reinvento e leio.
Em noites como esta
Ávido de te conhecer
Decorando os textos
Que na tua pele desenhas
Para mim.
É a ti que imagino sem cessar e ouço
Com uma surdez estranha
Para todas as outras
Ruidosas melodias
Que teimam em querer esconder o teu cantar.
Fazes parte de mim.
Deixa-me continuar a escrever em ti a minha história.
Deixa-me ler em ti o teu sentir.
Ouvir, até ao fim, o teu suspiro.
Deixa-me ler em ti o teu sentir.
Ouvir, até ao fim, o teu suspiro.
Olho e vejo o horizonte que quero
desvendar.
Sem medo que o mundo acabe aí
Sem medo que o mundo acabe aí
Ou da existência de terríveis monstros marinhos
Que povoem as minhas mãos e me tolham o passo para as estrelas.
Que povoem as minhas mãos e me tolham o passo para as estrelas.
O teu corpo é vela enfunada pelos meus lábios,
As ondas que venço sem temor.
Oiço, serenamente, o teu canto.
E aporto, docemente, na tua praia
Oiço, serenamente, o teu canto.
E aporto, docemente, na tua praia
Aquela onde morreu a árvore que existiu um dia.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Para ti, que partiste
A morte é solitária.
A despedida, a partida.
Será que a companhia de quem amamos nesse preciso momento
faz a diferença?
Será que sentem o nosso amor, o nosso carinho? Será que
ajuda de qualquer forma na transição saber que somos amados?
Poderia ter feito mais por ti? Claro que sim, podemos fazer
sempre mais quando deixamos de estar centrados no nosso umbigo.
Perdoa-me, por isso. Por ser preguiçoso, egoísta. Por assumir
que não partirias já. Por ter esperança.
Cada minuto conta, eu sei. E cada segundo desses longos minutos
devem ser aproveitados. Quantas vezes já aprendi isto e continuo a fazer sempre
tudo ao contrário…
Agora é tarde. Resta apenas a lembrança e a dor que me
acompanhará.
Já não estás cá para me perdoares, e eu suportaria melhor a
tua ausência se soubesse que naquele momento foi importante para ti a minha
presença.
Essa dúvida assombrar-me-á para sempre.
Espero ter aprendido a lição que não devemos esperar perdão
mas, sim, mudar o que fazemos enquanto é tempo…
Para ti, e para mais alguém, porque a morte assume muitas formas... always on my mind...
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Quem perdeu?
Neste jogo em que pensaste vencer
Em que julgaste ganhar
Quem perdeu foste tu
Apenas tu e nunca eu.
Quem de nós dois, uma boa pergunta...
Livre...
"Born free, as free as the wind blows
As free as the grass grows
Born free to follow your heart"
As free as the grass grows
Born free to follow your heart"
Born Free, dedicada a ti que nunca tiveste donos, mas sim companheiros na tua curta viagem...
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Another world
Preciso de outro mundo
bem diferente
Um mundo onde possa acreditar
no que me dão a ouvir
Onde possa crer
no que me dão a ver
Um mundo bem diferente
Pode até nem ter palavras
ou pelo menos não as que magoam
só as mais doces e belas
Um mundo sem medo da verdade
ou deste mal de errar
onde possa brincar correr amar
sem medo de cair
Preciso de outro mundo
onde possa acreditar
Pois é Antony... another world... (Numa versão ao vivo, em Cascais - 2012, em que tive o prazer de estar presente...)
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