quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Lentamente à descoberta



Lentamente descubro quem sou
Distraído das árvores que tombaram até chegar nos teus olhos
Eu
que tantas vezes pensei ter aportado
e outras tantas apenas encontrei folhas secas
mirradas do espanto sombrio de uma doca sem saída
prenhe de corpos esquecidos 
submersos na ferrugem vermelho vivo
dos anos que levam encalhados na esperança

Nunca te perdi
não se pode perder o que nunca antes se teve

Não te vou perder

Junto a ti
percorro a calma que nunca antes conheci



3 comentários:

Unknown disse...

Boa noite Rui.
Parabéns por este poema. Não encontro palavras para expressar o quão bonito este poema é.Soa-me como uma Música.Se eu soubesse tocar pelo menos violão, e se eu tivesse o dom da Musicalidade...Eu me esforçaria para compor uma Música para este seu poema ou poesia,teu.Parabéns Rui.Parabéns!Bravo...Bravíssimo...!!!Belo...Belíssimo...Rui.

Unknown disse...

Lindo poema Rui.Parabéns novamente.Não sei se existe diferença entre poema e poesia.Para mim são idênticos.O que importa é a beleza da criação.O conteúdo...Parabéns Rui por este seu poema ou poesia. Renata

Ana Carvalho disse...

Esse poema nos oferece carona nas margens do tempo, nos portos sem navios, batel sem âncora. Mas uma criação bela e surreal. Parabéns!