sexta-feira, 20 de março de 2015

As noites são cortinas desbotadas



As noites são cortinas desbotadas
Que se fecham e abrem num teatro velho
Bafiento assombrado
Onde já ninguém quer representar
Perderam-se os ecos das palmas
Com as derradeiras vénias 
Cenário decrépito
Abençoando o vazio
Ocasionais gravuras nas paredes que choram
- É assim que tem de ser -
Diz o actor esquecido da deixa
Sonha com velhas glórias
Flores recortadas nos olhos
Olhando a plateia vazia
E tu com elegância de valquíria
indiferente
Por qualquer razão desconhecida
Ensaias novos palcos na vida 


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