domingo, 24 de novembro de 2013

Neste rio não há margens que nos salvem


Este é um rio gasto, longo, sem meandros, depois de tudo arrastar.
Nado contra a corrente viva e solta ensanguentada de aluviões, mergulho, volto à superfície.
Respiro prestes a sufocar no meio dos escolhos e peixes que fugiram dos teus olhos.
Ao redor apenas rápidos onde as solas gastas de uma noite velha calcorreiam calçadas enforcadas em pedras soltas feitas de almofadas onde repousei outrora o meu corpo encostado a ti.
No murmúrio da água reconheço palavras, o teu canto.
Neste rio de muitas lágrimas, habita a tristeza, germina a vontade abatida pelo cansaço.
Não há margens que me salvem, só uma razão para acreditar.


Still I look to find a Reason to believe...





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